quarta-feira, janeiro 25, 2006

UM PLANO DE MANEJO PARA O JACARÉ

UM PLANO DE MANEJO PARA O JACARÉ Quem não se lembra dos coureiros que aterrorizavam fazendeiros no Pantanal, na década de 80. Faziam de tudo para garantir uma pele de jacaré que na época chegava até a Europa – via Paraguai –por boa quantia de dólares? Naquele tempo o couro valia ouro se não fosse pelo combate intransigente do Governo do Estado, imprensa e Polícia Florestal (hoje Ambiental), a população dessa espécie estaria reduzida a poucos exemplares. Felizmente, o desastre não ocorreu e, pelo contrário, o Pantanal tem hoje população estimada em 3,5 milhões de jacarés, conforme dados da Embrapa Pantanal. Número suficiente, segundo pesquisadores, para o Governo instituir uma política de incentivo para o desenvolvimento de um plano de manejo extensivo do animal, com aproveitamento racional de sua pele e carne. Com o crescimento excessivo da população, o jacaré acabou “destituído” da lista de animais em extinção publicada recentemente e o Governo vê nessa “janela cológica” uma saída e politicamente correta para iniciar discussão sobre a implantação de sua criação em escala produtiva. Fora da lista de extinção o jacaré se constituiria num valoroso suplemento para pequenos fazendeiros que hoje enfrentam sérias dificuldades para continuar na lida do gado. Em outra hipótese, os fazendeiros, de posse de um projeto orientado por técnicos do Ibama/Embrapa, poderiam utilizar a carne do jacaré para consumo de suas propriedades com possibilidades de abastecer o mercado interno. Proteger e utilizar racionalmente os recursos faunísticos são ações de manejo que demandam conhecimento, técnica, controle e monitoramento, segundo técnicos da Embrapa. A proteção e o manejo ordenado do jacaré traria resultados benéficos para a região pantaneira, segundo o presidente da Sodepan, Luiz Carlos Ferreira Gomes. Ele lembra que o Pantanal tem uma superpopulação de jacarés e que a cadeia de alimentos está fragilizada, pois o animal é voraz e ataca, principalmente, os peixes. “A Sodepan defende a exploração extensiva do jacaré, mas esta iniciativa deve sempre atender todas as prerrogativas do Ibama e órgãos ambientais”, afirma Luiz Carlos. Fonte: Embrapa/CPAP http://www.animaissilvestres.com/

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